Pedrinho do Cavaco

 

Aos seis anos de idade, Pedro Bernardo foi convidado por um amigo de seu pai para participar de uma roda de pagode no bairro de Água Santa, Zona Norte do Rio de Janeiro. E assim que os músicos se levantaram para fazer um intervalo, Pedrinho, sem que ninguém percebesse, pegou um banjo e começou a tocar. Quinze dias depois, Pedrinho pediu um banjo como presente de aniversário. Ele ia completar sete anos. Mas, por causa do preço do banjo (R$ 300), Seu Nelson - também sem acreditar muito no interesse do filho – pois imaginava ser apenas um desejo passageiro, comprou ao menino um cavaquinho simples, mais barato (R$ 60).

E, a partir desse instante, começava a ser traçado a relação de Pedrinho com o instrumento e, com isso, um futuro promissor. E foi ainda nessa época que o garoto tornou-se frequentador assíduo da "Mangueira do Amanhã" e do pagode da "Tia Doca”, onde começou a dar suas primeiras “paletadas”. No início, não foi levado muito a sério, entretanto, logo passou a ser notado pela sua curiosa presença, que suscitou comentários e, dessa forma, teve a oportunidade de mostrar seu talento. E apesar da pouca idade – completou 19 anos em janeiro de 2010 - Pedro Bernardo já tem um currículo capaz de impressionar qualquer veterano mais tarimbado.

Basta citar diversos nomes de peso no cenário musical brasileiro que se impressionaram com a musicalidade do garoto ainda em começo de carreira: Chico Buarque, Milton Nascimento, Martinho da Vila, Alcione, Zeca Pagodinho, Jorge Vercilo, Arlindo Cruz e Alexandre Pires. Além do reconhecimento entre músicos profissionais, Pedro Bernardo já recebeu diversos prêmios e homenagens ao longo da carreira: "O mais novo músico profissional - 1999” (Ordem dos Músicos do Brasil); "Revelação do Milênio" – 1999 e 2002 (Jornal Extra - RJ), entre outras. Pedro Bernardo também foi o primeiro campeão do concurso “Se vira nos 30” do programa Domingão do Faustão.

Em 2003, ganhou a medalha Pedro Ernesto, da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, considerada a maior condecoração entregue a personalidades cariocas. E tantos atributos já renderam ao músico um estimado e precioso presente, uma sanfona que pertenceu a Luiz Gonzaga no início de sua carreira. Mas Pedro Bernardo não se limitou apenas ao universo do cavaquinho, estudou piano clássico durante oito anos e atualmente estuda harmonia e improvisação com o professor Roberto Alves. Também já tocou com um vasto time de músicos, cantores e compositores, como Milton Nascimento, Chico Buarque, Alcione, Lenine, Zeca Pagodinho, Jamelão, Arlindo Cruz, Robertinho Silva, Arismar do Espírito Santo, Cláudio Dauelberg,Victor Biglione, Lincon Cheib,Wilson Lopes, Marco Lobo, Kiko Continentino, Gastão Villeroy, Widor Santiago e também com o maestro Itiberê Camargo, que até compôs uma musica para ele (Para Pedrinho). Hoje em dia, Pedro Bernardo costuma compor mais freqüentemente com Milton Nascimento, Luisinho Oliveira, e com grandes compositores do samba, como Cacá Nunes, Jr. Dom, Neném Chama, Pedrinho Dha Flor, Cleber Augusto, Flavinho Silva.

Ainda muito jovem Pedro Bernardo se apresentou em vários programas de TV: Faustão, Domingo Legal, Sabadão (SBT), Programa do Ratinho, Mais Você, Eliana, Adriane Galisteu, Sem Censura, Gente Inocente, Pequenos Brilhantes, Jô Soares, Xuxa Park e Programa da Hebe. Em setembro de 2008, tocou no festival Tudo é Jazz, na histórica cidade de Ouro Preto, onde se apresentou ao lado de Milton Nascimento e de dois grandes ídolos do jazz norte-americano Wayne Shorter e Ron Carter. Certa vez, em uma festa na casa de Milton Nascimento, onde um dos convidados principais era ninguém menos do que Quincy Jones, aconteceu uma apresentação de Pedro Bernardo e sua banda. E assim que teve a oportunidade, Quincy perguntou a Milton: “Qual a idade do garoto?”. Milton respondeu: “15 anos”. E, logo em seguida, Quincy ficou espantado: “Esse será o maior musico do mundo!” – disparou ele.